Normas técnicas-estrutura adotada

Por Arthur Henrique guimarães. Em 23/12/11 00:01.

Estrutura adotada para as redes locais na UFGnet

 

      No projeto de um ambiente de rede local, a associação dos diversos dispositivos eletrônicos e a elaboração do projeto físico compreendem a consideração de diversos aspectos importantes de distâncias, escolha do meio, definição de infra-estrutura de dutos, desempenho do sistema, localização das estações etc., que possuem influência direta no custo final da rede a ser implantada. Dessa forma, todas as definições e recomendações deste documento devem ser criteriosamente avaliadas, e implantadas por profissionais com conhecimentos específicos. A UFGNet está capacitada a dar orientações sobre como projetar, implantar e avaliar uma instalação de rede. Ao CEGEF cabe projetar e executar toda a parte de cabeamento estruturado bem como os backbones de fibra óptica.

4.1 Tecnologias recomendadas

      Dentre as tecnologias de LAN existentes, este documento recomenda para uso interno às edificações da UFG, cobrindo uma larga faixa de aplicações, a utilização do padrão 802.3 do IEEE (Institute of Electrical and Electronic Engineers), também conhecido como padrão Ethernet e as suas variações de alta velocidade (fast e giga ethernet), todas baseadas no método CSMA/CD (Carrier Sense Multiple Access with Collision Detection).

      Para aplicações multimídia emergentes que empregam reserva de banda e implementam CoS e QoS, respectivamente classe e qualidade de serviço, recomenda-se a utilização de ATM (Asynchronous Transfer Mode), compatível com o padrão ATM-Forum UNI-3.1/40, utilizando-se como interface física o modelo OC-3 (155 Mbps) nas seguintes opções: preferencialmente cabo UTP categoria 5 ou alternativamente, fibra óptica multimodo

 

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4.2 Equipamentos

     O mais simples dos equipamentos capazes de operacionalizar uma rede física, em concordância com as especificações anteriores, é conhecido como HUB que em conjunto com as placas de rede das estações, torna possível o intercâmbio de dados.

    Os HUBs na UFGnet devem ter características mínimas de desempenho, capacidade de empilhamento, gerenciamento por SNMP e de segurança, tais como proteção contra intrusão e contra interceptação.

     Proteção contra intrusão significa que em cada porta do HUB só será permitida a ligação de estações com o endereço físico Ethernet (MAC address) configurado na porta do equipamento; proteção contra interceptação significa que um dado transmitido só será reconhecido e válido na porta configurada com o endereço físico Ethernet de destino (enviado junto com o cabeçalho da mensagem ); nas demais portas a mensagem não é reconhecida evitando-se assim, a monitoração do tráfego.

      Outros equipamentos podem ser utilizados em conjunto com, ou em substituição aos HUBs, quando existir a necessidade de melhor desempenho na transmissão, gerenciamento ou segurança. São diferenciados pela capacidade de processamento e pela camada do protocolo em que operam, sendo classificados como Bridge, Switch, Router, Firewal, Probes, etc. . No anexo deste documento encontram-se as especificações técnicas detalhadas de diversos dispositivos utilizados na implantação de LANs. Essas especificações incorporam os requisitos mínimos necessários; a configuração final de um equipamento contendo números e tipos de interfaces, memória, etc.. só será definida no projeto executivo.

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4.3 Infra-estrutura e cabeamento

4.3.1 Requisitos de segurança da instalação:

      Quando lidamos com projetos de cabeamento devemos considerar os efeitos de agentes propagantes de chama e de fumaça. Muitas instalações possuem espaços para o transporte de ar em sistemas de condicionamento ambiental pelo forro ou piso, conhecidos pelo termo em inglês, plenum. Assim, essas áreas possuem comunicação com diversos ambientes e são fontes propagantes de fumaça na ocorrência de um acidente. Para evitar catástrofes, existem técnicas e materiais adequados para serem aplicados nas instalações de cabeamento que iremos descrever:

  • Cabos com capas externas do tipo Plenum; são capas em Teflon, ao invés do tradicional PVC, que apresentam diversas classificações NEC (National Electric Code) de acordo com a aplicação. Dessas, a especificação Riser indica que o cabo possui baixa propagação de chama na vertical sendo especialmente indicado para cabeamento tronco; para o cabeamento horizontal podem ser utilizadas as especificações CM ou CMX. Essas especificações são gravadas ao longo do cabo e especialmente nos cabos de origem americana e européia.
  • Para os cabos ópticos existe uma classificação semelhante, onde se destaca a especificação OFNR - riser dielétrico e o OFNP - plenumdielétrico.
  • Utilização de cabos ópticos tigth buffer ao invés de loose, que possui um tubo preenchido com gelatina à base de petróleo, sendo altamente inflamável. Pelo código NEC os cabos loose , utilizados principalmente em backbones, devem penetrar em uma edificação no máximo 15 metros sem o uso de tubulações.
  • Utilização de firestopping, isto é, produtos que retêm o fogo e são facilmente removidos quando necessário. As áreas indicados para aplicação desses produtos são aberturas feitas para instalação de infra-estrutura em paredes ou piso (prumadas verticais, shafts, passagens feitas através dos ambientes pelas eletrocalhas, etc...). Existem em duas categorias: os mecânicos e não mecânicos. No primeiro caso, os produtos consistem de materiais anti-infiamáveis pré-manufaturados que se ajustam perfeitamente aos cabos, calhas ou eletrodutos existentes. No segundo caso, eles apresentam diversos formatos e texturas e adaptam-se a aberturas irregulares. Na segunda opção podemos destacar os seguintes produtos: Fire Rated Mortar, Silicone Foam e Firestop Pillows.

 

 

Figura 6 - Silicone Foam Firestop Pillows

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4.3.2 Infra-estrutura:

      A infra-estrutura, neste documento, representa o conjunto de componentes necessários ao encaminhamento e passagem dos cabos, para aplicações multimídia, em todo os pontos da edificação, assim como os produtos necessários à instalação dos componentes ativos do sistema que compõem uma rede local. Fazem parte dessa classificação os seguintes materiais: eletrocalhas, eletrodutos, caixas de passagem, gabinetes, suportes de fixação, buchas, parafusos, etc.

      As edificações são dinâmicas, e durante a vida de um prédio são executadas diversas reformas, assim devemos almejar que um projeto de infra-estrutura seja suficientemente capaz de preservar o investimento e garantir condições técnicas de alterações e/ou expansões durante cerca de 15 anos.

      Como existem diversas opções de arquitetura e engenharia utilizada na construção de um prédio, este documento descreverá o sistema mais utilizado no mercado e os principais requisitos da norma TIA/EIA 569-A de fevereiro de 1998.

      Adotaremos como recomendação para o modelo básico de infra-estrutura o sistema composto por eletrocalhas e eletrodutos. Esse sistema de encaminhamento de cabos permite uma excelente flexibilidade e capacidade de expansão com custo reduzido, Outros sistemas como o de dutos de piso ou rodapé falso, ainda que atendam as normas TIA/EIA 569-A, não estão regulamentados neste documento e devem ser criteriosamente analisados, antes da execução do projeto, pois apresentam sérias desvantagens de expansão e podem, ainda, resultar em interferências e redução no desempenho nas redes locais instaladas.

      A opção de piso elevado, utilizada geralmente em salas de processamento corporativo (antigos CPD), é uma excelente opção para locais com alterações constantes de lay-out e imprevisibilidade. Deverá atender à especificação do ítem 4.3 da TIA/EIA 569-A e a UFGNet e o CEGEF devem ser consultados para auxiliar no projeto.

     Os eletrodutos e eletrocalhas a serem utilizados devem obrigatoriamente ser do tipo metálico rígido, dando preferência para tratamento com zincagem a quente (pós-zincagem) ou alternativamente, a frio (galvanização eletrolítica).

     Todo o conjunto (eletrocalha, eletroduto e acessórios) deve ser aterrado em um único ponto ou seja, no(s) Armário(s) de Telecomunicações ou Sala de Equipamentos. O aterramento deverá atender aos requisitos da norma TIA/EIA 607 (Commercial Building Grounding and Bonding Requirements for Telecommunications).

     Caso seja opção da unidade, após a instalação, executar um acabamento alternativo com pintura em esmalte sintético ou similar, recomenda-se utilizar a cor cinza-escuro.

     Orientações para projeto de infra-estrutura:

  • Nos cálculos de projetos novos, considera-se que uma Área de Trabalho,correspondente a 10 m2, deva ser atendida por três cabos, embora somente dois cabos sejam necessários de início.
  • Eletrodutos devem ser utilizados em locais com baixa densidade de cabos, ou em prumadas verticais. Assim, são recomendados para encaminhamento dentro das salas, a partir de uma derivação específica da eletrocalha. Não se utiliza bitola menor que 3/4" ( 2,10 mm). Deve-se evitar utilização de
    eletrodutos em comprimentos superiores a 45 metros ( com ou sem caixas de passagem ). Caso isso ocorra deve-se optar por instalar eletrocalhas.
  • As eletrocalhas são desenvolvidas para encaminhamento de cabos no sentido horizontal, chegada em Salas de Equipamentos, Armários de Telecomunicações e em alguns casos, até mesmo para prumadas verticais, desde que sejam dotados de um sistema satisfatório e seguro de travamento de suas tampas.
  • Sempre que possível, a trajetória dos cabos deverá seguir a estrutura lógica das edificações. Isto significa que todos os cabos devem seguir a direção dos corredores. Quando houver necessidade de que uma parede seja transposta, é recomendado que os cabos passem
    por orifícios protegidos por eletrodutos ou calhas.
  • Os cabos deverão entrar e sair das principais áreas em ângulos de 90 graus respeitando-se o raio mínimo de curvatura dos cabos; para cabos UTP o mínimo raio de curvatura deverá ser de 25 mm.
  • Um segmento contínuo de eletrodutos não poderá ter comprimento superior a 30 metros e nesse mesmo intervalo não deve possuir mais do que duas curvas abertas de 90 graus. Caso esses valores sejam atingidos, deve-se instalar uma caixa de passagem ou condulete com tampa.
  • Os pontos de telecomunicações nas Áreas de Trabalho devem ser instalados em locais sem obstrução, a uma altura mínima de 380 mm e máxima de 1.220 mm acima do piso acabado, sendo recomendada a altura de 1.220 mm. Deve-se coordenar o projeto de forma a manter as tomadas de energia próximas aos pontos, mas mantendo um afastamento seguro de aproximadamente um metro.
  • Deve-se dar preferência a caixas de superfície, onde serão instalados os pontos de telecomunicações, produzidas pelos próprios fabricantes dos espelhos e tomadas RJ45. Essas caixas costumam ser ligeiramente maior (5 x 3 ") que os modelos nacionais (4 x 2 ") e foram desenvolvidas para evitar raios de curvatura excessivos, bem como manter uma sobra de cabos na caixa e capacidade para mais de uma tomada RJ45, sem prejuízo de desempenho.

 

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4.3.2.1 Interferências eletromagnéticas

     Para evitar potenciais interferências eletromagnéticas oriundas de circuitos elétricos, motores, transformadores, etc.. é objetivo primário do projeto prever uma separação mínima entre os cabos de telecomunicações e os circuitos elétricos.

      Para evitar interferências eletromagnéticas, as tubulações de telecomunicações devem cruzar perpendicularmente as lâmpadas e cabos elétricos e devem prever afastamento mínimo de:

  • 1,20 metros de grandes motores elétricos ou transformadores;
  • 30 cm de condutores e cabos utilizados em distribuição elétrica;
  • 12 cm de lâmpadas fluorescentes.

     Os valores acima referem-se a circuitos elétricos de potência inferior a 5 KVA. Todas as tubulações citadas devem ser blindadas. Essa blindagem poderá ser obtida através de eletrocalhas fechadas e/ou eletrodutos (conduítes) metálicos; na montagem não deve haver descontinuidade elétrica entre o transmissor e o receptor, ou seja, não deve haver mistura de tubulações condutoras e isolantes na trajetória até a Área de Trabalho.

    Para redução do ruído induzido oriundo de transformadores, motores, reatores etc.. deve-se adicionalmente executar os seguintes procedimentos:

  • aumentar a separação física entre os cabos (afastamento das tubulações);
  • os condutores dos circuitos elétricos (fase, neutro e terra) devem ser mantidos o mais próximos entre si
    (trançados, enrolados em fita ou braçadeiras);
  • utilizar protetores de surto nos quadros elétricos;
  • utilizar, para os cabos elétricos, tubulações etálicas interligadas a um terra eficiente;
  • não manter os cabos de telecomunicações em tubulações não-metálicas ou com tampas abertas.

     Essas recomendações podem não ser suficientes para a tubulação estar protegida de fontes de interferência. Pela ANSI/NFPA 708, artigo 800, recomenda-se o afastamento mínimo de 61 cm de qualquer cabo de energia.

     Assim, neste documento recomendamos, quando possível, o afastamento padrão de 61 cm de cabos de energia de qualquer potência, mantendo obrigatório o afastamento mínimo 30 cm.

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4.3.2.2 Eletrodutos

     Para os eletrodutos recomenda-se o metálico rígido do tipo "pesado". Não devem ser aceitos tubos flexíveis.

     Devem ser utilizadas apenas curvas de 90 graus do tipo suave. Não são permitidas curvas fechadas de 90 graus.

     A tabela 4 apresenta a quantidade máxima de cabos UTP que podem ser instalados em eletrodutos. A menor bitola a ser utilizada deverá ser de 3/4" ou 2,10 cm. Estas quantidades são válidas para trajetórias onde existam no máximo duas curvas de 90 graus.

Diâmetro do eletroduto em polegadas (mm)

Qtde de cabos UTP ou cabo óptico duplex (1) (2)

¾" (21)

3

1" (27)

6

1 ¼" (35)

10

1 ½" (41)

15

2" (53)

20

2 ½" (63)

30

3" (78)

40

Tabela 4 - Capacidade de eletrodutos

 

NOTAS:

  1. Cálculo baseado no diâmetro externo máximo de 6,3 mm para um cabo UTP e capacidade máxima permitida da Tabela 4.4-1 da TIA/EIA 569-A. Nessa tabela, o segmento de eletroduto tem comprimento máximo de 30 metros, duas curvas de 90 graus e taxa de ocupação de 40 %.
  2. Consideramos neste documento que os cabos de fibra óptica duplex apresentam o mesmo diâmetro externo de um cabo UTP.

      Para a instalação de um sistema de eletrodutos deve-se, obrigatoriamente, utilizar as derivações e seus acessórios tais como curvas, buchas, arruelas, etc.. Para a fixação dos eletrodutos junto às paredes deve-se utilizar braçadeiras, sendo recomendável as do tipo "D" e manter afastamento máximo de 1 metro entre as mesmas.

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4.3.2.3 Eletrocalhas

     Para as eletrocalhas recomenda-se preferencialmente as do tipo lisa com tampa que evitam o acúmulo de sujeira. Não se deve instalar eletrocalhas acima de aquecedores, linhas de vapor ou incineradores.

 

Dimensão da eletrocalha

(largura x altura em mm )

Qtde de cabos UTP ou cabo óptica duplex (1) (2)

50 x 25

25

50 x 50

40

75 x 50

60

100 x 50

80

Tabela 5 - Capacidade de eletrocalhas

NOTAS:

  1. Cálculo baseado no diâmetro externo máximo de 6,3 mm para um cabo UTP e capacidade máxima permitida por ensaio com taxa de ocupação de 50 %.
  2. Os cabos de fibra óptica duplex geralmente podem ser considerados com a mesma dimensão de um cabo UTP.

       Para a instalação de um sistema de eletrocalhas, deve-se, obrigatoriamente, utilizar as derivações (curvas, flanges, "Ts", desvios, cruzetas, reduções etc...) nas medidas e funções compatíveis. Obrigatoriamente essas derivações devem ser do tipo suave, não contendo ângulos agudos que superem o mínimo raio de curvatura dos cabos, prejudicando o desempenho do sistema. A figura 7, ilustra os diversos tipos de derivações existentes.

 

 

Curva Horizontal

Cruzeta Horizontal

Te Horizontal

Te Vertical Descida

Te Vertical Subida Te Vertical Descida Redução direita Curva Vertical Externa Redução Concêntrica
Mata-Junta Junção Simples Suporte Suporte Reforçado Junção Telescópica Junção de Fundo Junção Simples

Figura 7 - Derivações para eletrocalhas encontradas no mercado

     Para a fixação das eletrocalhas existem várias dispositivos, destacando-se os ganchos sUFGensos e a mão francesa. A distância entre os suportes não deve ser superior a 2 metros.

     Se a estação de trabalho se encontra em área onde existe circulação ao redor do equipamento, recomenda-se a utilização de poste ou coluna de tomadas, conforme a figura 8. O ponto de alimentação é obtido das eletrocalhas instaladas no teto. O travamento mecânico da coluna deve ser executado no piso e no teto. Essa coluna deve ser construída em material metálico e deve possuir canaleta própria para elétrica e telecomunicações.

Figura 8 - Coluna de tomadas

NOTA :

      Existem sistemas de encaminhamento mecânico para cabos (leitos ou calhas) feitos de aramado leve ou semi-pesado, que proporcionam excelente acabamento e alta flexibilidade, pois é possível moldar todos os acessórios a partir do produto básico. Esses sistemas (figura 9) podem ser utilizados como sistema de encaminhamento de cabos, mas sua utilização deve ser criteriosamente analisada pois eles não oferecem uma blindagem completa.

Figura 9 - Sistema de encaminhamento de cabos em aramado leve

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4.3.2.4 Ganchos de Sustentação

      Os cabos instalados sobre forro falso, que cruzam grandes extensões sem derivações, podem ser instalados através de ganchos espaçados de no máximo 1,50 metros; nesses ganchos, os cabos serão apoiados e travados por um processo que evite o seu esmagamento ou compressão excessiva, conforme consta no ítem 5.4.1.

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4.3.2.5 Gabinetes ou Racks

     Dentro das Salas de Equipamentos ou nos Armários de Telecomunicação, os componentes ativos e passivos de uma rede local devem ser montados em uma estrutura adequada, de forma a propiciar uma boa capacidade de gerenciamento da rede física, reduzindo sensivelmente os custos de expansão e alterações.

     Nessa direção, os gabinetes ou racks desempenham função primordial na criação da estrutura básica de organização do espaço. Eles são construídos em alumínio ou chapa de aço com pintura eletrostática. Todos apresentam a largura útil de 19" (padrão EIA 310-D) onde os equipamentos e acessórios de cabeamento são instalados. A dimensão vertical útil desses produtos usualmente é dada por uma unidade de altura (UA) que vale 44,45 mm. Geralmente, todos os materiais instalados (componentes ativos e passivos) são baseados na escala de UA, permitindo um melhor dimensionamento.

     Existem basicamente três tipos: fechados, abertos e brackets conforme podemos observar na figura 10.

     O primeiro tipo, fechado, também conhecido como gabinete, é utilizado geralmente em locais de acesso controlado (secretarias, laboratórios, salas de computação etc..) ou em áreas públicas internas às edificações e são instalados em corredores, escadas, halls, etc.. Suas dimensões variam de 12 a 44 UA.

     Características principais:

  • estrutura em aço composta por quatro colunas e quadros superior e inferior;
  • tampo superior e fechamentos laterais com ventilação, removíveis;
  • pés niveladores, porta frontal em acrílico transparente com chave;
  • segundo plano de fixação, régua de tomadas elétricas, unidade de ventilação e trilhos de sustentação;

     O segundo tipo, aberto, ou também conhecido como rack deve ser utilizado exclusivamente em salas de acesso restrito (p.ex. antigas salas de PABX), Salas de Equipamentos e Armários de Telecomunicações. Suas características tornam a montagem bastante simplificada e possibilitam uma excelente troca térmica com o ambiente, não necessitando de unidade auxiliar de ventilação. Suas dimensões variam de 10 a 44 UA. Recomenda-se não instalar racks com dimensões inferirores a 36 UA.

    Esses dois primeiros tipos são instalados diretamente no piso, de acordo com a suas dimensões (ou capacidade de pontos ), mas existe opção de instalação em parede. Nesse caso, deve-se prever uma estrutura adequada, que facilite a montagem dos painéis e equipamentos (planos basculantes, extensores com dobradiças, suportes, etc...) mantendo uma estabilidade adequada.

     O terceiro tipo, bracket ou subrack é instalado somente em paredes e deve ser utilizado em áreas de acesso controlado, com pequena densidade de cabos horizontais. Constitui-se de uma chapa de aço em forma de "U" com altura de 3 a 6 UA e largura padrão de 19 ". A profundidade útil deve ser de, no mínimo, 350 mm de forma a aceitar alguns tipos de equipamentos de rede (HUBs , desktop switch, modems ou roteadores de acesso).

 

Figura 10 - Tipos de gabinetes ou racks

     Como regra de projeto, em locais onde sejam necessários esses dispositivos, deve-se dimensionar a ocupação máxima de pontos de telecomunicações prevista na região utilizando o fator mínimo de 3 pontos por cada 10 m2 de Área de Trabalho apesar de serem utilizados inicialmente apenas dois cabos.

    Os dois primeiros tipos podem atender a um grande número de pontos de telecomunicações. Já o terceiro (bracket), deve ser utilizado em locais onde a capacidade não seja superior a 48 pontos.

    No dimensionamento dos produtos deve-se levar em conta os seguintes fatores :

  • número total de pontos previsto de acordo com o fator mínimo adotado;
  • dimensões dos equipamentos de LAN a serem instalados, em UA;
  • outros equipamentos (modems, no-break, ventiladores etc.).

     Com o auxílio da tabela 6, podemos calcular a altura útil da estrutura. Para isso, devemos quantificar cada produto que irá ser instalado e multiplicar pela UA requerida pelo produto; o campo "regra" serve para auxiliar na escolha ou quantificação do produto. A coluna em branco a direita, serve para quantificar o total de UA gasto por produto instalado; caso sejam utilizados outros produtos, verificar a altura dos mesmos e converte-la em UA (1 UA= 44,45 mm). O número total de UA previsto deverá ser a soma total de cada elemento acrescido de uma margem de 10% ou no mínimo, 4UA.

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Produto a Instalar

Regra

UA / produto

UA total

Painel de conexão

Capacidade 24 pontos

1

 

Organizador horizontal

1 para cada 24 pontos

1

 

Unidade de ventilação

Verificar temp. dos eqptos

1

 

HUB 24 portas c/ger,

Mínimo 1 por local

1

 

Ethernet switch depto

Segmentar o tráfego da LAN

1

 

Roteador de acesso

Unidades externas

1

 

Modems

Junto ao roteador

1

 

Expansão

(10% ou 4UA)

   
 

TOTAL GASTO

   

Tabela 6 - Cálculo de unidades de altura (UA) necessários para dimensionamento:

4.4 Estrutura mínima exigida para as LANs na UFGnet

      Como resumo dos padrões anteriores, sintetizamos os componentes mínimos necessários em qualquer rede local na UFGnet. Os detalhamentos de cada ítem fazem parte deste documento e devem obrigatoriamente ser consultados.

  • método de acesso CSMA/CD, rede local IEEE 802.3 (ethernet) e suas variações de alta velocidade;
  • topologia da rede física em estrela hierárquica com um nível;
  • rede física com estruturação TIA/EIA 568-A em par-trançado, 4 pares 100 ohms;
  • utilização de painéis de conexão, cabos, tomadas RJ45 e outros componentes de cabeamento compatíveis com TIA/EIA 568-A cat 5e Power Sum NEXT,
  • codificação de pinagem em conformidade com T568-A;
  • infra-estrutura exclusiva para encaminhamento e proteção de cabos;
  • utilização de gabinetes, racks e brackets para a instalação dos componentes;
  • testes de certificação e desempenho da rede física obrigatórios;
  • documentação da rede lógica e física (as-Built) obrigatório;
  • projeto lógico e físico levando em conta flexibilidade de crescimento e de alterações, utilízando-se para dimensionamento a regra básica de 2 pontos por 10 m2 de Área de Trabalho;
  • utilização de equipamentos empilháveis e gerenciáveis.

 

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4.5 Regras de transição para as edificações que já possuem LANs instaladas

4.5.1 Gerais:

      Prédios que já possuem rede local serão estudados caso a caso, procurando-se obter a melhor solução do problema, visando adequação aos padrões propostos neste documento. Caso esse prédio possua redes administrativas e científicas, deverão ser respeitadas as regras anteriormente estabelecidos pela UFGNet.

1. Ainda que existam segmentos não estruturados ou em outras mídias na rede do prédio, para as expansões, ampliações ou novas áreas a serem atingidas recomenda-se utilizar os materiais em concordância com este documento e uma topologia em estrela de um nível. Dentre os materiais obrigatórios, destacamos:

  • cabos UTP categoria 5e,
  • acessórios ( painéis, cabos de manobra, tomadas, etc.. ) categoria 5e Power Sum NEXT;
  • montagem em gabinetes, racks ou brackets;
  • encaminhamento de cabos através de tubulações metálicas.

2. Para gerenciamento e manutenção da UFGnet, o primeiro equipamento de LAN interno ao prédio (núcleo da LAN), interligado ao backbone (fibra ou roteador), deverá possuir gerenciamento SNMP versão lI.

3. Harmonizar as instalações antigas em cabo de par-trançado com as novas através de teste de certificação. Caso a parcela da rede que esteja nessa situação passe nas novas especificações de teste (vide ítem específico) os mesmo podem ser montados junto ao painel de conexão das novas instalações, caso contrário, manter em painel separado com uma identificação de desempenho máximo.

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4.5.2 Redes Científicas e outras redes:

1. As redes que não atendam ao padrão lógico (por exemplo, token-ring ), físico (p.ex. cabos coaxiais, cabeamento não estruturado) ou topologia (barramento em estrela com hierarquia superior a um nível) deste documento devem obrigatoriamente ser integradas a partir do primeiro equipamento existente no prédio (núcleo da LAN). Dessa forma, haverá um ponto único de interconexão do sistema existente e as novas estruturas, o que favorece o diagnóstico e o isolamento de falhas.

2. Utilização de concentradores locais: a prática da instalação de distribuidores locais em salas de média densidade (mini-hubs) não é recomendada por este documento. Com o surgimento da norma TSB-75, que permite a instalação de tomadas múltiplas e cabos de estações maiores que 3 metros, esse método de atendimento a locais com mudanças constantes deveria ser adotado em substituição à técnica de instalação de equipamentos distribuídos.

3. Os HUBs instalados pela administrativa podem ser utilizados pela rede científica. A única restrição é que as portas sejam ocupadas por estações de trabalho e que a porta seja habilitada a partir de um endereço físico ethernet (MAC address) definido. A sequência de ocupação das portas do equipamento deverá ser iniciada pela porta número 24 em ordem decrescente. Para a habilitação dessas porta o usuário deve contatar o CCE ou os CIs informando o endereço físico da estação a ser interligada.

Para fazer comentários ou sugestões a respeito desta norma envie um e-mail para .

Fonte da Norma: Centro de Computação Eletrônica da Universidade de São Paulo (CCE-USP)